“Meu amor... Não! Meu anjinho... Nãão! Minha linda... Não,
não, não... Já sei! Minha vida...
não, não... Já sei! Minha vida...
Hoje acordei com uma agonia, um aperto... Na verdade, era
medo... Medo de te perder! Sonhei que você partia. Sonhei que me deixaria... ou melhor, chorei nesse terrível pesadelo. Sufocado fiquei com tanta lágrima. Doente fiquei com tanta dor. Com saudade definhei aos poucos...
Fui sendo deixado pelo amor. Minha vida, como doeu! Como era grande a angústia de saber que não mais tinha tua atenção, não mais tinha tuas carinhosas mãos, teu incomparável coração, que não mais era a tua razão de viver...
medo... Medo de te perder! Sonhei que você partia. Sonhei que me deixaria... ou melhor, chorei nesse terrível pesadelo. Sufocado fiquei com tanta lágrima. Doente fiquei com tanta dor. Com saudade definhei aos poucos...
Fui sendo deixado pelo amor. Minha vida, como doeu! Como era grande a angústia de saber que não mais tinha tua atenção, não mais tinha tuas carinhosas mãos, teu incomparável coração, que não mais era a tua razão de viver...
Passei horas de frente à minha escrivaninha, sem sono, apavorado, escrevendo pra ti, algo que me fizesse provar pra mim mesmo que tenho capacidade de te mostrar um pouco do meu amor por ti...foi uma necessidade que tive de mostrar meu desespero
em pensar que hoje posso acordar e ver que estou sem teus olhos pra me fazer me enxergar de verdade. Meu desespero em pensar que posso acordar sem tua voz me acordando no despertador do meu celular. Sem teu sorriso me pedindo pra parar de pensar besteiras, com a certeza de que não iremos acabar. Acordar e saber que o dia em que por brincadeira escrevi um pedido de casamento no teu livro de biologia não passaria agora de lembrança... Que, também, seria lembrança teu rosto levemente rosado, tão fofo, abobalhado, tentando disfarçar a vergonha me mandando virar e parar de riscar teu livro.
Como dói parar pra pensar na vida sem ti.
Os beijos que ficarei sem receber. Aquele nariz que ficarei sem tocar. Suas bochechas que adoro acariciar. Sua simples presença que me faz respirar tão bem, faz-me sentir um alguém que eu queria ser a todo tempo. Preciso da tua risada para achar que sou engraçado. Preciso da tua atenção para me sentir importante. Preciso da tua mão para atravessar a rua e sentir que estou te protegendo. Preciso do teu perfume pra perceber como os pássaros ficam ao aspirar ao mais suave dos aromas florais. Preciso de ti para, alucinado, procurar palavras que expressem meu amor, sabendo que não as acharei. Preciso de ti pra tentar ser um Shakespeare que nunca serei, mas que me fazes achar graça em minhas falas abobalhadas. Preciso da tua presença pra simplesmente não cair na situação de olhar para a cadeira ao lado, comentando algo engraçado, e perceber que cai uma lágrima tão cruel, tão impiedosa, tão exagerada, tão tortuosa ao ver que não estavas ali. Ao saber que não estarias lá fora. Ao saber que não estarias no céu como a minha mais linda estrela, ou como meu mais lindo olhar da lua. Ao saber que não me darias o raiar do sol... Ao saber que estarias fora da minha vida.
Não quero, amor, em hipótese alguma, sentir tal dor. Ou pior, causar-lhe esse horror! Quero fazê-la sentir-se como me sinto, alguém que sabe para que vive... Alguém que aprendeu a razão de um sorriso, a razão de amar... Quero que confies em mim na nossa primeira vez, assim como confiaste quando demos o nosso primeiro beijo. Quero que confies em mim ao dizer sim ao meu pedido de casamento. Quero que confies que posso ser pai dos nossos filhos. Quero que me deixes ser ladrão por um dia e me deixes roubar um pouco da tua segurança e me acalmar ao ter pesadelos como esse que tive há pouco. Quero apenas, minha vida, que nunca me deixes... Mesmo faltando inúmeras falas, acho que pude passar um pouco da minha ânsia, do meu desespero, da minha agonia ao sonhar em te perder...é porque eu te amo tanto...”
- Oi, amor! Eu queria te falar uma coisa que passei a noite
fazend...
fazend...
- Agora não importa, tenho algo mais importante a dizer: Olha, me esquece, ta? Não dá mais... Não, eu não te amo mais!
- Como assim? Não to te entendendo...
- Não me faça explicar, por favor!
- Mas...pelo menos leva contigo essa carta, quero que a guarde com o mesmo carinho com que eu escrevi.
- Não me faça explicar, por favor!
- Mas...pelo menos leva contigo essa carta, quero que a guarde com o mesmo carinho com que eu escrevi.
- Não, não, não, não... Não, eu não te amo mais!
Ela, então, sai sem mais explicações. Ele, sem reação, ficou chorando, mais desesperado do que ao acordar de seu pesadelo. Ficou desnorteado, sabendo que agora não bastaria escrever uma carta apaixonada... Ele a olha enquanto a vê sair de sua vida.
Não era só mais um pesadelo. Quisera ele! Era a verdade...Depois de muito tempo ele finalmente viu um papel que ela havia deixado cair na pressa em ir embora. Pela data e pela letra, ela havia escrito no dia anterior. Leu, e sem forças, debruçou-se no chão preso àquele papel que explicava o motivo da sua dor:
Não era só mais um pesadelo. Quisera ele! Era a verdade...Depois de muito tempo ele finalmente viu um papel que ela havia deixado cair na pressa em ir embora. Pela data e pela letra, ela havia escrito no dia anterior. Leu, e sem forças, debruçou-se no chão preso àquele papel que explicava o motivo da sua dor:
Inexistência do que saber que fui eu a transmissora a ti
Dessa doença
Se eu soubesse que te perderia ao ter de volta a vida...”
Escrito por Ana Lieby e adaptado por Ingrid Carvalho.