Religiosidade do jovem na sociedade pós-moderna

Infelizmente, nosso mundo pós-moderno e autossuficiente vive, a maior parte do tempo, como se Deus não existisse. O Papa Bento XVI disse que o homem dessa geração construiu um mundo que não tem mais lugar para o Senhor. Porém, quando as pessoas passam por momentos difíceis, imediatamente surge um espaço na vida delas para o Todo-Poderoso. Surge, assim, um evangelho de conveniência e os jovens o aprendem desde cedo.  

A geração jovem pós-moderna é o fruto do capitalismo em todos os setores, inclusive no religioso. Há uma privatização e individualização da religião, em que se faz uma mistura com doutrinas cristãs, orientais, africanas, indígenas e esotéricas. Esse mosaico é justificado pela própria contemporaneidade e seus processos de mídia, que divulgam a diversidade e o sincretismo. Essa geração não serve a Deus, mas se faz servir dele. Culto e Igreja, na medida do necessário e “quando sobra um tempinho”, afinal, tudo o que é demais, faz mal. O único objetivo é a fuga do vazio, do anonimato e da vida sem-sentido.

Através da televisão e da internet o jovem tem a sensação de estar informado sobre tudo, mas isso não significa necessariamente ser consciente, processar toda a informação até chegar a uma visão coerente e crítica do mundo. Ele é apenas um instrumento que o capitalismo sempre sonhou, demonstrando ser carente de interesse, repleto de futilidade, alimentado por meios de comunicação massificantes e alienantes. Conseqüência de uma sociedade que cria um coquetel de experiências e sentimentos, consumo frenético de coisas e matérias, de verdades passageiras e sem fundamento, carente de futuro e de certezas, sociedade louca por desejos, adrenalina e prazer. Essa situação só irá ser mudada, quando a juventude retomar a consciência do seu poder revolucionário, capaz de impactar e transformar uma geração inteira.

Por: Ingrid Carvalho